Era dia de teste e todos eram obrigados a ficar enfileirados esperando pela Máquina. Com algum esforço para abrir os olhos, era possível vislumbrar a imensidão azul que era aquele céu de tortura luminosa brandindo com fogo celeste quem aguardava sua tão controversa vez. A banda tocava ao fundo do pasto encharcado, metalizando os ares do nervosismo geral.
Era uma época controversa. Anjos pediam para olharmos por seus medos e guardarmos suas sinas e por nós nem mesmo tínhamos a quem orar. O mundo parava, às vezes, e todas as noites passadas soavam como velhas danças que nunca tivemos a chance de viver.
A Máquina estava lá, olhando para todos, e finalmente o mundo saberia todo o inenarrável podre de nossas almas. E ainda assim a fila dos escolhidos estava em polvorosa, no eterno instinto da apreciação da miséria humana.
De repente, um grito no horizonte pré-moldado. "Corta". As gravações foram adiadas para outro dia.
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