E eis o mistério da fé: a paciência. Ou a falta dela, a ausência total de estômago para esperas estudiosas e planilhas da lógica. O compasso que determina a dança decai com os impulsos não cumpridos e o comprido tempo oscila entre a vontade e a desistência.
Não saber esperar é um grande defeito e uma preciosa virtude que te leva a lugares sensacionais e não-planejáveis e te priva da construção elaborada de um lugar comum. E cada lado tem as suas certezas, e em cada espera ou falta dela cresce uma vida diferente para se narrar.
A razão de ser irracional é colher a beleza que só a surpresa é capaz de proporcionar. O medo da amargura, entretanto, transforma o leve sussurro das vontades não premeditadas em um poço de hipóteses do que poderia ter sido.
E nas trilhas que serpenteiam as nossas razões tudo é ganho e tudo é perda, ficam-se os cheiros e vão se as mãos, e as palavras chegam mesmo de boca calada, numa onda magnética que não chega a eletrizar meu ser. E fica-se a ardente espera para que a paciência não acabe.
5 comentários:
muito bem posto! ;)
Well....escolhas...sempre escolhas, planejar ou não planejar? Como diria aquela canção do Álibi...Agora não.....deixa o vento me levar....pode ser, mas em doses elevadas, descambamos para a tese de que o destino vem uma passo antes do livre arbítrio, daí..vira Zeca Pagodinho deixa a vida me levar e por aí vai...
De uma forma ou outra, aceitar o inesperado e aproveitá-lo, de certa forma, cultivá-lo e consumi-lo com moderação..não faz mal a ninguém...muito bacana teu texto...com certeza teremos pano para manga para muitas composições...heheheh
Mair, obrigada e volte sempre!
Sidney, my friend, não vejo a hora de alinhavarmos todos esses panos nesta manga tão esperada! ;)
A paciência é uma virtude, mas o protagonismo também o é. Mais do que esperar, é preciso agir, correr atrás dos conhos, fazer com que se tornem reais. A vida é breve, não se pode desperdiçá-la.
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