Não fazia sol, não soprava o vento. Os pássaros não cantavam, as árvores não mexiam. Tudo era pressa, tudo era o barulho infernal da obra que não me deixava sossegar. O calor explodia, os carros batiam, o caminho para casa parecia nunca terminar.
Ninguém sorria nesse dia mágico. O mundo estava doente e, de vida, quase nenhuma notícia chegava. As flores começavam a murchar e a água não caia do céu para refrescar nossa impaciência.
Era um tempo de urgência, de talvez até demência, de jogos enfadonhos e nenhuma Georgia on my mind. Era uma risada abafada de uma balbúrdia que era o fim da picada, era o relatório tão chato de se completar.
Mas as palavras voavam da minha boca, e notas, mais notas de números de notas que quase esqueci florearam o desenho que balbuciei naquela língua que não entendem vocês. E foi aí, então, que voltei a escrever.
2 comentários:
E eu? Ah, eu voltei a viver.
Que bom que voltaste a escrever. São poucos os que sabem ler, escrever e, principalmente, ouvir.
Não desperdiça o teu talento, minha flor.
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