Você sempre responde o que eu não quero saber. Sempre me indaga, me aperta, me avisa, me recheia de medos e agonias, me importa, se exporta, me faz sem querer.
Você me enche de mato nas frestas, de poeira nas dobras, de loucura nas sobras, de orvalho nas metas. Você me traz o torpor das mãos distantes que tocam a tela e da voz vazia que diz que, mais tarde, mais tarde vai voltar.
Você faz o peito pesar ao ponto de meus olhos arrastarem-se no chão sem direção. Meu soluço, minha falta de voz, e meu estômago roncando a vontade que flutua nesse oceano de injustiça.
Você me aninha nessa vontade de calar a boca e puxar o cabelo da eloquência com que cospes tanta doçura mastigando o meu freio de viver. Cordas que se enroscam e nada mais podem produzir do que nosso acorde.
2 comentários:
Que tal escrever com regularidade? Tão lindo! ;)
Adorei!
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