Dobras de luz lá não chegam. Assim então é quase impossível dizer o que é noite e o que é dia, sem um começo. As paredes que calam os sussurros vizinhos quase choram no calor da tristeza do verão que não se espalha para dias sem fim.
A pétala última que cai não perfuma a lágrima que se recolhe e nem dá vida para uma nova flor. E lá tudo murcha e os papéis rasgados borram cântigos de amor. Azedo verde da maçã.
E são tantos atalhos para uma beleza sem igual... É tanto riso, tanta esperança, e uma enciclopédia da mais rica natureza que germina a felicidade da alma que é desprezada por nem um espelho lá haver.
Mas o escuro também chega, assim como o seco frio dos ossos que rangem tanta dor de um chorar. Mas a partida também segue e só a rua dos sem caminho consegue nisso ter plena ternura.
E assim vive, no quarto sem janela.
Até que o ar acabe.