Ela anda pra trás como quem bebeu uma cachaça boa, vai se fingindo de doida e não para pra tramar. Pisa torto, sacode o cabelo, fala de mansinho, olha pro lado pra saber se alguém está olhando e vai reclamando se alguém reparar. Mas se ninguém fala fica pensando se não está mudando tanto que ninguém vai notar.
Entra na onda, vai dando a forra, corre da chuva e do silêncio. Senta sozinha e contempla a avenida tão louca de cores que sempre se perdem na fuga do vento que leva o grito sozinho, apertado.
E roda no alto e fecha a porta e fica alerta para não acreditar. Os olhos deslizam fotografando cada instante inutilmente macio... O tic não cessa e muda fica num canto da luz do farol.
Dá corda, sustenta, se diz e se fecha, e ri de quem pode e não pode também. Pretende viver num lugar que já era, uma farsa tranquila, um deslize sem dor. E finje, e cala, e grita, e corre, e para, e dança olhando pro céu seu luar.
E como num mundo de lá explode e se cola, nada aconteceu.
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