terça-feira, 13 de outubro de 2009

Outubro

Era dia de achar mais nada, de ver que não tinha passado, que não era real e futuro muito menos teria, apagando as luzes como quem cerra lentamente os olhos fingindo adormecer. Era hora de virar para o lado e pelo canto do olho ver que partia sem dores e não entender o que achava ser.
Era um mundo que tinha criado e uma história em frangalhos no labirinto da sua imaginação. Uma conversa relapsa, um abraço frouxo, uma reação comedida quando nem mesmo saber dizer se era um querer.
E as rosas vermelhas acizentaram toda a pele em que tocaram para que depois fossem esquecidas num canto.
E o sorriso inventado fingiu lá ficar por muito tempo depois, e tocou o ar quente da noite sem movimento.
E a memória era falha, o caminho de escadas, o chão se fez turvo e o teto desabou no ambiente de vidro.
Aquilo tudo mexeu como um vendaval destrói um delicado penteado e as pedras nada preciosas desprenderam-se do cabelo e quebraram no chão.
Era a hora marcada, o momento esperado, o instante que era para ser o que não foi. E o futuro mudou, o som abaixou, a festa acabou e retorno não sei se há.


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